MDM solidário<br> com trabalhadores da CLARK
O Movimento Democrático de Mulheres (MDM) manifestou-se, na passada semana, em nota à comunicação social, bastante preocupado com o agravamento da situação social em Portugal decorrente de despedimentos colectivos e encerramento de empresas, que atinge sectores económicos com grande feminização de mão-de-obra.
«A deslocalização de grandes multinacionais para outros países com mão-de-obra mais barata é um dos motivos de descalabro social que atinge muitas mulheres trabalhadoras e as suas famílias e afecta drasticamente regiões do País sem alternativas económicas que lhe permitem outras saídas profissionais», afirma o documento do MDM.
No sector do calçado, com maioria de mão-de-obra feminina, este fenómeno estará a atingir proporções alarmantes, «na sequência dos problemas que neste sentido têm ocorrido nas empresas Rohde e Ecco, duas grandes multinacionais, e depois da CLARK decretar o seu encerramento, dois anos após o desmantelamento de outra grande unidade fabril que possuía, em Aroca, então no desemprego 368 trabalhadoras», denuncia o movimento.
Ainda sobre a CLARK, o MDM denuncia que «esta empresa recebeu grandes apoios, do Estado, da autarquia e da União Europeia», e deu como exemplo, os cerca de 250 mil contos de apoios e isenções do pagamento de contribuições à segurança social dos trabalhadores em primeiro emprego.
Perante esta gravíssima situação, o MDM manifesta a sua total solidariedade para com os trabalhadores/as da empresa CLARK e suas famílias, reclamando do Governo o cumprimento da resolução que advoga a adopção de medidas legislativas contra a deslocalização de empresas multinacionais para outros países, depois de terem usufruído de grandes apoios financeiros.